Existiram, na época do regime militar, diversas organizações políticas clandestinas que tiveram como objetivo a luta, armada ou não, contra o regime vigente. Tais organizações eram formadas por diversas células que possuíam estratégias e ações políticas próprias.

Ao longo desse período, surgiram novas organizações políticas a partir de desmembramentos e fusões de outras já existentes. O foco de análise é saber qual era a organização política que a pessoa militava no momento da morte ou do desaparecimento. Isso significa que não necessariamente era a organização a qual a pessoa pertenceu toda a sua vida política, uma vez que havia intensa migração de militantes entre as organizações existentes.

É necessário levar em consideração que, dependendo do ano da morte, algumas organizações já haviam se dividido e incorporado a outras, tendo como exemplo a Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) que se uniu com o Comando de Libertação Nacional (Colina) e formou a Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares) em 1969.

O maior número de militantes mortos ou desaparecidos pertencia ao Partido Comunista do Brasil (PCdoB), seguido da Ação Libertadora Nacional (ALN), maior organização guerrilheira do Brasil no final dos anos 1960 e início dos anos 1970. Em terceiro lugar foram mortas pessoas que não tinham vínculo partidário, nos quais se incluem os grevistas e os ligados aos sindicatos, às associações, aos conselhos, entre outros, sendo representadas por “não se aplica”. Em quarto lugar destaca-se o Partido Comunista Brasileiro (PCB), seguido da Vanguarda Popular Revolucionária (VPR) e Vanguarda Armada Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).