O Living Theatre é um grupo de teatro fundado por Judith Malina (atriz, escritora e diretora americana/alemã) e seu companheiro Julian Beck (pintor, poeta, ator e diretor americano), em Nova York, nos Estados Unidos, em 1947. A prática teatral proposta pelo grupo busca ir ao encontro do povo, na rua, rompendo, assim, a convencional partilha de poder entre palco e plateia, para promover a revolução, em sua forma não violenta, por meio da libertação da arte, da cultura, das universidades. O objetivo é criar formas diversas de organização social, rumo à utopia anárquica da convivência humana sem classes e sem nações. Desde sua estreia, as apresentações do grupo foram impedidas várias vezes pelas autoridades americanas e de outros países, sob diversas acusações. Em janeiro de 1971, romperam; o Living Theatre instalou-se em Ouro Preto e deu início aos preparativos para a montagem de um trabalho inédito - “O legado de Caim” -, contando, para isso, com novos integrantes do grupo, inclusive alguns brasileiros. O grupo solicitou a inclusão de sua participação na programação oficial do V Festival de Inverno da UFMG, obtendo, contudo, resposta negativa. Em 1º/06/1971, dia da abertura do Festival, uma denúncia anônima justifica a irrupção de agentes do Departamento de Ordem Política e Social de Minas Gerais (DOPS/MG), na república onde os membros do Living residiam. Vinte e um integrantes do grupo são presos.