Data da morte:1975

Local:Cachoeirinha – então distrito de Varzelândia

Martinho Fagundes foi uma liderança entre os posseiros de Cachoeirinha. Segundo documento assinado pelo padre José Silveira, vigário de Varzelândia no período:

"[Martinho Fagundes] era um preto velho muito inteligente que representava os posseiros junto aos fazendeiros. Ele mesmo disse que estava sendo perseguido por eles. Vivia escondido em Janaúba. Um pistoleiro Capixaba contratado por um fazendeiro o localizou em Janaúba e o assassinou. O pistoleiro foi preso na Bahia. Confessou o crime, disse que foi contratado por 15.000,00 cruzeiros, pelo filho de João Antônio por nome de Valdir Alves Coutinho. O pistoleiro foi trazido para Janaúba, para a cadeia. Mas fugiu."

Dona Zuína também se recorda do assassinato de Martinho Fagundes: “Martins Fagundes eles matou ele também, era o líder nosso que eles mataram também.” Em depoimento prestado à Covemg o ex-assessor sindical da Fetaemg Luiz Antônio Chaves também narrou esse assassinato.

"Martinho Fagundes liderou a oposição para não aceitar aquela área proposta pelos fazendeiros. E ele que se deslocou várias vezes para Belo Horizonte, onde teve contato inclusive com o governador Rondon Pacheco, teria ido até Brasília também, onde conversou com vários deputados, e enviou carta ao Costa e Silva. Algumas fontes informam, os posseiros não confirmaram, de que Costa e Silva teria mandado uma comissão investigar a situação deles em Cachoeirinha, né? Ele foi assassinado por um pistoleiro em Janaúba, esse pistoleiro foi preso na Bahia, trouxeram pra Janaúba, ele não ficou uma semana na cadeia e fugiu, nunca mais deu notícia dele."

O assassinato de Martinho Fagundes de Lisboa é citado na dissertação de mestrado intitulada “À procura da terra perdida – Para uma reconstituição do conflito de Cachoeirinha”

Para informações sobre o contexto, sugere-se a leitura co capítulo Cachoeirinha, no Relatório Final da Covemg, volume 2.

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